quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Oferendas

Aqui são servidas as meiguices
Bem-vindas
A forrar cobiçosos estômagos
Pelo apelo
Nutridas
Requisições são caras
Famintas
A barganhar um furto
Que seja um beijo,
O fruto
A aposta da última fatia
Rejeição
Tem arremate
O descaso
Se como rei fosse o tratado
Cerrados olhos a protestar
O júbilo
Gravado em retrato de pedra
De camafeu recortado
Perdões
Gastos para esbarras
Feito apologias a vontades
Usando desejos mascarados
Entremeados de malícias
E pecados

Os eles delas

Ele só pode ser este
Ele pode ser esse
Ele pode ser aquele, talvez
Mas ele é dele
Ele está longe de ser deste
O que ele é desse ele
Como ele é daquele ele
Mas ainda assim, ele é dele
Ele só pensa nele
Ele não é desta, nem dessa
Muito menos daquela
E ela ainda cai nesta daquele
Nessa deste
Naquela desse
Ela não vive sem ele
Nela, ele sai dele

sábado, fevereiro 07, 2009

Meninice

E agora, minha menina,
Qual o tom das tuas nuvens pro meu céu
Se quando me ofereces a luz da tua cor
Teus disfarces de camaleão são desnudos
Como insulto ao reflexo do que me é sorrido

Me nina, minha menina,
Não reconheço do teu choro o que goteja
Do respingo da tua bateria acuada
Ao canto do teu peito que não ouço
Quando desse colo em que me embala

Me mima, minha menina,
No compasso de teus períodos férteis
Enfraqueço a pausas de fidalgas estações
São estéreis minhas palavras de culto a ti
Que do meu escudo não faz rimar com solidão.