terça-feira, julho 27, 2010

Uma dor de parida

Por onde brota a luz
Derretem em refração
As cores do meu brilho
Não me mordo na acomodação
Apenas me desfaço na suavidade
Pois maciez não é só virtude de tato
Fato como réptil tem seu couro
Nuvem no meu Sol é mau agouro
É teima e meu maltrato
Teia em trama mal tecida
Essa é a vida
Uma tatuagem mal feita
Uma dor de partida

terça-feira, julho 20, 2010

Dança dos Ventos

Chocalham-se verdes folhas douradas
Ao vento frio de solo aguado
E silêncio azul cerúleo de um dia luminoso
Irrompido por pássaros assanhados

Parece que o Inverno é só dessa gaiola
Acinzentando as cores que criei
Agora tão estáticas quanto o tempo
Belo e adormecido na cerração

Para despertar não basta abrir os olhos
Entre o olhar e ver existe uma ponte
Ou um abismo de concepção
É passo de uma dança que não se conhece

A hora é das sombras perpendiculares
Ao encanto do horizonte intátil
Uma saia rodada de muros que me abraçam
E me arrebatam o Sol

quarta-feira, julho 14, 2010

Juros

Pontilha em transparente
Cores de cristal numa reta
Concreta abstrata como a contemplação
Do abismo a ser objeto do tempo
Presente antigo nos desfeitos
Que vão se extinguindo
Com o fogo quem vem lambendo
E a água que vem lavando
Se lavando e se lambendo
Como crias cada vez mais limpas
Borrados, porém, em mesclas
Embaralhadas pelo vermelho
Que explode nas últimas veias
Tatuadas de pra sempre
Para que não se esqueça a promessa
Que agora parece mais dívida
Juros!

domingo, julho 04, 2010

elo

Você venceu
Mais pela candura de agora
Do que por palavras de censura
Por onde anda o rigor
Só pode areia movediça
Laços amarram-se firmes
Em monossílabas só
Só de soma
Só de somos