quinta-feira, outubro 15, 2009

Camafeu Carmim

A água doce gosta de me banhar
Sou leal ao meu tato
Não condeno, não maltrato
O que é feito de sal

Sou de sublimar espuma do mar
Pois nasci fora de lá
No grão de areia de Saquarema
Passo a ser o canto da sereia

Num brado alto rompo o forte
Da psique da Psiquê de Freud
Que o Vento Levou
Para além das Pontes de Madison

Meu pensamento é alado
No meu corpo carrego os pássaros
Pelo ar das crianças
Em seus primeiros passos

Minha ordem é calada
Se sambo é no gênio forte
Pois sou feito raiz de gengibre
Marfim de fera nobre

No balanço do amor que amo
Choro também na música que danço
Pois inflamo como flor em botão
Mas desabrocho com rock no coração

Rancor não me deixa nó
Os que pecam sabem de cor
Se o tempo fecha, desço do morro
Pois não há salto que seja estorvo

Quando o sol raia num jasmim
Coquetel de frutas de tom carmim
Sou o batom vermelho das rosas
Do céu azul que me faz jus em prosa.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Cor leonis

Senhora, e agora como lhe chamo
Se é dona do amor que tanto
Canto encanto como danço
Nessa brincadeira de adivinhar

Se a respeito no tratamento
Como posso dar um jeito
De equilibrar o que me acha
Ao cotidiano que é meu pesar

Pois é você pra cima e você pra baixo
Trocando vocativos, perdendo o lastro
De subestimados rótulos etiquetados
Eu, agora e a senhora acolá

Perdão pela empolgação
Meu pecado é sem ultrajes
Pois quando leio das suas letras
A empatia a torna meu lar.

domingo, outubro 04, 2009

Colcha de Retalhos

Há muita linha a ponto de agulha
Pra pouco pano pra manga
Na colcha que me aquece, esquece que
São poucas as balas pra estampa

Ofereço minhas cores primárias
Por seus caminhos e fechadas tramas
A rendar o que ando tecendo
Pelo que lhe resta de escamas

Dobras sobram no embrulho
Que me faltam nos retalhos
De tear prematuro
Que cego me finta descaso