segunda-feira, dezembro 03, 2007

de dor em dor

Dor de passar a faca na ferida recém cicatrizada
Para não sentir mais dó

Dor de deprimir nó purulento latejante
Para sentir queimar de cor

Dor de sulcar pele em linhas paralelas
Para sentir arder de novo

Dor de novo

De novo

Dor

Escrava de mim

Escrava de mim
Força nos punhos acorrentados
Sangra
Faça-me doer

Escava em mim
Refúgio no vácuo
Frágil
Diga-me ser mais fácil assim

Encrava em mim
Volúpia atmosférica
Anula
Corrompa-me a crer

Escrava de mim
Escava em mim
Encrava em mim
Liberta-se de mim

quinta-feira, novembro 22, 2007

Semantiquado

À porta: Batem!
Entram e acomódam-se!
Entendem-se e ligam-se e expandem-se...
Não mais num comprimido ambiente
Explodem-se!
Auge do hedonismo.
À porta: Saem...
Fim da música
E de-crescente ânimo...

sexta-feira, novembro 02, 2007

Todos Amor

Eram cinco lágrimas e três amores
Vivíamos memórias sem pontuação
Chorávamos juntos tristezas de um mesmo polígono
Formávamos três pontos de uma mesma reta

Era um triângulo de perfil sem razões visíveis fundamentadas
Era a mesma coisa diferente por cada qual
Amávamo-nos na ausência de cada um
Odiávamo-nos na presença de todos

Todos Amor.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Branco

Encontrava-se seminua e vestia-se de trajes de baixo moderninhos, onde pousava todo corpo de forma insegura, abrançada ao travesseiro que de longe cobria seus seios. Escutava tudo ao seu redor e não tinha a mínima consciência de nada, mergulhara no mundo dos sonhos superficiais entrelaçado à realidade contextual.
Pegou-se pensando no "não-pensar" e apurou seus pensamentos e viu que o "não-pensar" já havia sido pensado e nada mais tinha para pensar. Alguma coisa lhe sorriu de forma cega, mas incondicionalmente querida e crida.
Estasiada permaneceu até cair nos Braços de Morfeu.

sábado, outubro 06, 2007

Conto de fada

Fada Cadente, tua magia não brilha mais...
Guarde teus tules, pois não os usarás mais!
Fada Cadente, sua varinha não faísca mais...
Não te excedas, expectativas, não podes mais.

_Funciona!Labuta! Cintila!

De nada vai adiantar, sua mágica acabou!

quinta-feira, outubro 04, 2007

Cóle(i)ra

Passado passou depressa
Fixo-me em nostalgia
Ex-sucesso infrutífero
Indo presente, indo futuro

Medo do porvir "bate e assopra"
Ora arrependimento
ora esperança

Não há vida
Ninguém não sabe disso

Sucesso volátil
Hoje, ainda raro

Passado decorado.
Presente exclamado!
Futuro interrogado?

sexta-feira, setembro 21, 2007

Insossa

Em frente o relógio sem corda,
À direita o galo uivava e o cachorro cacarejava;
À esquerda o som mudo do tic-tac de alguma coisa que não me dei o trabalho de olhar.
Eu, nós secos,nó seco na garganta e um soco triste ao telefone.

terça-feira, setembro 11, 2007

Hum dia hei

Meus versos não são brancos
Texto poético, nem tanto
Versos livres sem clamar
Rimas pobres se amar.

Nada de exagero
Nada de ironia
Anáfora todavia
Opostas com esmero.

Soneto não sei se chega
Poucas sílabas não põem mesa
Semântica que se escreva!

Rimas ricas com asas
metalinguística fraca
E nada de rimas raras.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Pedestal

Longevo horizonte
Vislumbre pedestal
Circundar
Circunfêrencia
Cioso circunscrito
Infortúnio blefe.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Indiferença: assemelha-se!

sexta-feira, agosto 31, 2007

Falácia

Parasitando sobre a poltrona pensava em mil coisas problemáticas,
mil,
e uma utilidade.
A sombra das grades da janela derretia em movimentos ondulares,
e quando transbordava, a cortina abria-se: (!)

E nada de solução.

quinta-feira, julho 26, 2007

Sai dessa!

Passa tempo depressa
Coração tem pressa
Nada interessa
Enquanto escrevo essa.

terça-feira, julho 10, 2007

Saudade triste
chegou tarde
Senhas pra ninguém mais entrar
Espaço da solidão vazia
Vazia de tanto se escorregar

Cadeira fria de escuro
Cheia de ferrugem amarga
Saudade triste secou a lágrima
E apenas o som do silêncio não foi notado.

quinta-feira, maio 24, 2007

O mendigo

Excesso de tinta no pincel
Pinga um borrão no meio da multidão
O rascunho arcaico da obra-prima
Um pingo de história na evolução
Movimento de contradição
O Mendigo
O próprio ímã da repetição
Ciclo presente
Ciclo passado
Era o homem da idade das pedras
Vestido de trapos
Homem das cavernas invadindo as ruas
O capitalismo
Lápide da natureza bruta.

terça-feira, maio 08, 2007

Aos leigos, sorry!

À loucura enervada cabe resquícios do veneno destilado.
Supra-sumo,
Suprimido;
Comprimido.
A cápsula rompeu-se no doce-amargo da sanidade utópica.

terça-feira, abril 24, 2007

memories

Alguns não tinham cabeça, outros enlouqueceram e a louca era eu.

fatal

O sangue derrete sobre a pele recém cicatrizada, espalhando por ela hospedeiros da doença terminal, arde a superfície flagelada pela absorção involuntária, e pela luta interna dos anticorpos. A imunidade perde sua personalidade, e o corpo começa a sentir-se paralítico diante da demanda cerebral. O coração acelera tanto que morre nas próprias batidas desengrenadas. /Tumm-tumm\, /tumm-tumm\, /tum\__________________

domingo, abril 22, 2007

Pimenta

Se não arde em seus olhos
é porque não és mira,
Não és o alvo preterido.

Mais um esboço de prece,
Mais um tentativa frustrada,
Mais um desenlaçe,
Menos alguma coisa,
Que o só o fim dirá.

quarta-feira, abril 11, 2007

Vou roubar vc pra miiim
Não pense que é tão fácil assiiim.
Você foge sem pensar em nada
Quando eu chego perto
querendo você como namorada...a...a...a.

O seu jeito me encantaaa
O seu corpo sempre chamaaa
Quero você no meu colo
Dizendo o quanto você me amaaa...a...a...a

chorus:

Vai ser sempre assim
Eu sempre quero você perto de mim
Vou querer todos os dias
Sempre mais e mais
Bem pertinho de miiim
Vem depressaaa
que o amor não esperaaaa
Mas me desespera
com os dias que eu espero
sonhando acordado
despertar ao seu ladoooooo

ok, fuck off, rs, minha música de pagode, ou sei lá o q que eu inventei...hauahuahuahuahauh, como chamar isso de música!?

quarta-feira, março 28, 2007

Rascunho

Floreios e corações
O tempo apaga
Tudo se perde
Rabisca amor
Abre Alas
Eu passo,
Você não repassa
Rasga a folha
Sem sentido

quinta-feira, março 22, 2007

Melancia?! Não, Melancolia.

Dobra a esquina num ângulo cíclico
No canteiro o mato escapa a cerca
E os espinhos da roseira rabiscam canelas
Rosas despedaçam antes de murchar
Com todos os impactos habituais

Primavera se foi
E antes do verão veio o outono
Restaram apenas folhas secas
E meia dúzia de ervas daninhas
Que não realçava o bronze ressoado

quarta-feira, março 21, 2007

Antes que esfrie

Conta pra mim o seu dia de hoje
Em que forma côncava você se meteu
No sorriso esquecido do palhaço
Ou na fome que você perdeu

Canta pra mim o seu dia de hoje
Música para os meus ouvidos
O som está mudo
E o vento ensurdeceu

Coma pra mim o meu dia de hoje

sexta-feira, março 16, 2007

"Nas águas lodosas da miséria"

Mariposa cinza-triste,
Cinza de cigarro,

_O QUÊ?!

Teia de aranha.

Pierrô de porcelana
e espuma velha
Vento de poeira
Espuma podre
De cacos brancos
Pintados à mão
Fios embaraçados
que já não o são.

Abismo de alpinista
Not for climbing
Big Bang _Bungee "/bang/" jump
Nó cego
Nó desatado
Nó de gigante

Tropeça a pedra
De gelo derretido
Inundafunda na maré alta.

sexta-feira, março 02, 2007

Aparador

Pára o tempo
Para o tempo
Pára o som
Para o som
Pára o vento
Para o vento
Pára a dor
Para a dor
Pára!
Pára!
Pára!
Para?
Aparar a dor.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

+_)(*&¨%£¢$ºbR!°@#$%¨&*?:

Sonhe com os anjos,
durma, meu bem!
Porque o inferno já vem...
Estou com fome de sono e sem!
Porque o inferno já vem...
Cubra-se todo,
Fuja de alguém!
Porque o inferno já vem...
O inferno já vem...
O inverno já vem...
O inverno já vem...

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Dias

Dias ainda tenho que esperar você voltar
Dias pra me tomar nos braços e me fazer chorar

Mais dias ainda restam para o buquê florescer
Dias pra me lembrar de você

E dias mais pra essa saudade partir
Dias pra me fazer sorrir

Quantos dias?
Quantos?
Quando?
Quanto!

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Um dia pensei em não sentir mais saudade.

Pensei no amor fácil,
Ou no não-amor.

Pensei somente na dor.

Pensei na roda da vida que empacou.

No frio sem calor.

Pensei na...

Alma que se afogou,
nos prantos do meu amor.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

MyMiNdMiX

_PUTA QUE PARIU!
_CHEGA!
_E aí, o que eu faço agora?
_Ligo pra alguém pra me queixar?!
_Po, seria uma boa desabafar...
_Tá tarde!
_Que merda!
_Po, e o q eu ia dizer?
_Eu to triste? Eu to com raiva? Eu odeio ele?
_Tá, eu sempre penso nisso!
_Mas como eu vou descrever o que eu to sentindo?
_Ninguém vai entender!
_Ninguém consegue ver aqui dentro...
_Nem mesmo Eu entendo.
_Será que alguém pensa que nem eu?!
_Sim, é possível.
_Mas eu não conheço...
_Isso que é foda!
_Como é que eu vou viver assim?!
_Só ele que me entende...
_Ele é igual a mim!
_Essa é a merda
_Por que ele não me entende?
_Por que tem que ser igual?
_Droga, to fudida!
_Eu o amo e odeio.
_Amo quando é igual, amo quando é diferente...
_Odeio quando é igual, odeio quando é diferente...
_Caraleo?!? o.O