Crianças mudas e imundas
Descalças no descaso
No lixo dos adultos
Dos seus pais imaturos
Que nem tiveram tempo de brincar
São filhos do mundo
Vítimas do absurdo
Que se fazem ao sonhar
Um olhar de baixo
Para os que olham por cima
Dos ombros que deram
Ao costume vestido
Pelas ombreiras do paletó
Mata esse frio!
A ilusão está dentro de um bolso furado
E a alegria num pão amassado pelo diabo.
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