sábado, junho 07, 2008

Em mãos

Sou fria com o estar longe
Alentada por além-trópicos
Cheias de mãos equatorianas
À amofinar meu âmago

Sou fria como mãos brancas
E mãos negras
Mãos maiores que
As menores que as minhas

Sou fria nas mãos de ventríloquos
Mãos, de-mais vozes
De mãos que inventam
Títeres de si próprios

Sofria em mãos de princesas
Sutilmente maculadas
Em mãos rudes e másculas
Cheias de vileza

Sofria com o estar longe
Das mãos que não quero
Mais tocar
Sou fria com mãos que não têm lugar.

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