domingo, março 01, 2009

Paixão

Pode deitar ali, essa noite é dela
Amanhã é da outra
E depois? Ainda não decidi.
Amor ameno alento a menos
Desperdicei-me em prazeres
No sentir de serpente
O venenoso de repente

E você brinca,você brinda
Se esforça e faz dela forca
Que me enforca
A ser a espera da sua demora
Do fogo faz-me sua estopa
Da vergonha que não tem roupa
Dessa fugitiva esconde a proa
Agora assopra para que não doa
Me atordoa enquanto cora
Decidindo no cara e coroa
Ir embora sem demora
Pela janela, bate a porta
E sem dar um adeus
Assopra a vela lá de fora

Pra um episódio estar fechado
Ele precisa, necessariamente,
Ter sido aberto um dia
Mas o fechado vem antes do abrir
Vamos dividir, pois não me esqueci
Apenas não lembrei que existiram

Enquanto isso sorrisos teus acharei forçados
Pois vou de encontro à dor
Que você perdeu por aí
Não dá porque não deu
Dizemos que passou
Pra tudo que se perdeu
Tudo que eu achei outro dia desses
E quis perder de novo do meu eu
De um momento seu

Um comentário:

Paulo Tamburro disse...

Acho seus versos muito singelos, porque não são rebuscados.

Você é direta nos poemas, não fica serpenteando. Eu gosto assim.

Um abração!