O silêncio que flutua
Em suas neblinas
Está trancado
Dentro do calabouço
De suas rimas
Fecha o cerco
Feito o vazio
Dessa ausência indizível
Intocada pelos anos
Que você fingiu não ver
É hora de abraçar o grito
De livrar se desse vício
Que é não se ter
Por inteiro
Partido ao meio
Por dentro
Merecer por direito
O que é o ser
O dia seguinte
É apenas uma esquina
O fim da linha
Uma quina no peito
Que não tem mais atalhos
Somente buracos
E fachadas
De cortinas fechadas
A serem abertas
Ao amanhecer
Cheiro de ruído
Barulho de vidro
Orvalho ressequido
E traçado esquecido.
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