Vem, conta uma verdade
Uma novidade inspirante
Às minhas mentiras aspirantes
Que concorrem com a coragem
Já distante por deitar e rolar
Vou inventar uma boa
Uma que não doa
Quando for te contar
Uma piada suada fria
Um tanto sofrida
Portanto há de me perdoar
Bem, quero uma pra dormir
Uma que me faça sorrir
Antes de eu começar a te mentir
Um conto de fadas mais real que um cafuné
Um sonho de mulher
Algo mais pra ter mais fé
Do que um espinho no pé
Pode deixar, minha querida,
Pois é flor mais bonita que a margarida
Mais fácil de engolir que aspirina
Mais doce que estricnina
Mais estimulante que cafeína
Mais sonora que uma rima
Mais profunda que uma piscina
Mais fácil de enrolar do que um rolo de fita
domingo, julho 26, 2009
Sinais
Os sinos valsam sobre seus reflexos
Em espirais de móbile
Antes que digam os conservadores
Que deviam é sapatear
Antes que queiram adicionar conservantes
E digam os conservadores que deviam é sapatear,
É sobre seus reflexos espiralados
Que valsam os sinos do móbile por acaso
Pelo acidente urgente de se espelhar
Que espirais são esses que retornam
E tornam-se escudos a seus eixos
Contra ventos prematuros e amenos
Que não se violentam
Para que finalmente nos sapateiem
Em espirais de móbile
Antes que digam os conservadores
Que deviam é sapatear
Antes que queiram adicionar conservantes
E digam os conservadores que deviam é sapatear,
É sobre seus reflexos espiralados
Que valsam os sinos do móbile por acaso
Pelo acidente urgente de se espelhar
Que espirais são esses que retornam
E tornam-se escudos a seus eixos
Contra ventos prematuros e amenos
Que não se violentam
Para que finalmente nos sapateiem
Fissura
É beijo roubado
De um espelho quebrado
Em sete anos de azar
Cadeado, um terço, pecado
Por onde vaza a água
Do copo rachado
Mancha no vidro da mesa
É o rasgado da seda
Da porcelana, o risco
Do recado visto de lado
Por disfarçados escritos
Denunciados pelo descaso
Um plural errado
De um mais um
Duplicado: Quatro
Do amante
Do passado
De nós dois alagados
De um espelho quebrado
Em sete anos de azar
Cadeado, um terço, pecado
Por onde vaza a água
Do copo rachado
Mancha no vidro da mesa
É o rasgado da seda
Da porcelana, o risco
Do recado visto de lado
Por disfarçados escritos
Denunciados pelo descaso
Um plural errado
De um mais um
Duplicado: Quatro
Do amante
Do passado
De nós dois alagados
o ombro
Meu ombro deitou-se em rostos
Enfronhados de desgostos
Vestiu-se de afagos
E sorrisos aos punhados
Meu ombro foi um a tantos
De suores a outros prantos
Cobiça, distância por encantos
Esquecimentos pelos cantos
Meu ombro sobreviveu a berros
Foi amigo, foi severo
Abraçou pretextos tolos
E lutou a dar me louros
Meu ombro segue seco
Pelo seu outro que não é de espelho
Procure seu ombro de preço
Seu leito de aconchego
Enfronhados de desgostos
Vestiu-se de afagos
E sorrisos aos punhados
Meu ombro foi um a tantos
De suores a outros prantos
Cobiça, distância por encantos
Esquecimentos pelos cantos
Meu ombro sobreviveu a berros
Foi amigo, foi severo
Abraçou pretextos tolos
E lutou a dar me louros
Meu ombro segue seco
Pelo seu outro que não é de espelho
Procure seu ombro de preço
Seu leito de aconchego
terça-feira, julho 21, 2009
Alvorada Metálica
[A luz se acendeu
A luz se apagou
Da lua queimada
O sol não raiou]
Lua prenha em brisa plena
Sangrada por raios fartos
Do arcabouço de seus favos
Amarelos sinuosos de receios
De colméia com servos sem sujeito
No cabelo de serpentes cegas
Pela esfera da pequena auréola
Que se espera no corpo descendente
Da maçã presa à espada-de-são-jorge
Numa vitória-régia ascendente
No tijuco profundo da ruína da estrofe
Marcada pelo rubi dos lábios
Na gola emoldurante do alegórico
Enxofre que borra pelos olhos pintados
Negros de fato.
A luz se apagou
Da lua queimada
O sol não raiou]
Lua prenha em brisa plena
Sangrada por raios fartos
Do arcabouço de seus favos
Amarelos sinuosos de receios
De colméia com servos sem sujeito
No cabelo de serpentes cegas
Pela esfera da pequena auréola
Que se espera no corpo descendente
Da maçã presa à espada-de-são-jorge
Numa vitória-régia ascendente
No tijuco profundo da ruína da estrofe
Marcada pelo rubi dos lábios
Na gola emoldurante do alegórico
Enxofre que borra pelos olhos pintados
Negros de fato.
sexta-feira, julho 10, 2009
pra se molhar
Era o tempo que permitia
A anistia de se navegar
Jogar bóia à vida
Para a proa não naufragar
A garoa de uma preamar
Era o tempo que invadia
Com delírios a marear
Seus temperos tempestivos
Querendo dela o afogar
A anistia de se navegar
Jogar bóia à vida
Para a proa não naufragar
A garoa de uma preamar
Era o tempo que invadia
Com delírios a marear
Seus temperos tempestivos
Querendo dela o afogar
segunda-feira, julho 06, 2009
Labirinto
Não se esconda nas minhas palavras
Pois sou madrugada ainda acordada
Cantada feita na hora errada.
Quem é bonito, quem é feio?
No fim todos sentem no peito,
No meio, no recheio, sozinho como é
Como quer ter ódio do futuro
Tão profundo, tão escuro a ir pro fundo
Do raso do medo de se afogar
Ou se molhar pelos versos de quem ama
É sede, é maltratar
È morrer de vontade
Que quero mesmo sendo tarde
Acabar na utopia de amanhecer-me
Na confiança encolhida,
Não da escolhida à presença do que se adianta,
Mas do que se encanta pela vida
Entretida a completar meus vazios
Que já estão cheios do seu cheiro.
Pois sou madrugada ainda acordada
Cantada feita na hora errada.
Quem é bonito, quem é feio?
No fim todos sentem no peito,
No meio, no recheio, sozinho como é
Como quer ter ódio do futuro
Tão profundo, tão escuro a ir pro fundo
Do raso do medo de se afogar
Ou se molhar pelos versos de quem ama
É sede, é maltratar
È morrer de vontade
Que quero mesmo sendo tarde
Acabar na utopia de amanhecer-me
Na confiança encolhida,
Não da escolhida à presença do que se adianta,
Mas do que se encanta pela vida
Entretida a completar meus vazios
Que já estão cheios do seu cheiro.
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