Sinto a dor da áfrica pelas cascatas da fome
Nascentes da pele superficial que me veste
Nesse inconseqüente consumo de impotência
Cometo excessos pela escassez mal distribuída
Somo porcentos transbordantes em demasia
Aqui ou lá há contraste em supremacia
Quantas costelas se podem contar
através da fumaça da miséria?
Grãos de arroz que jogamos no lixo.
quarta-feira, dezembro 21, 2011
segunda-feira, dezembro 12, 2011
Memória
Hoje o dia tem cheiro de lembrança
Um toque quente e adocicado
de uma lua cheia de primavera
O aconchego de um carinho
Um perfume de abrigo
Das palavras de uma quimera.
Um toque quente e adocicado
de uma lua cheia de primavera
O aconchego de um carinho
Um perfume de abrigo
Das palavras de uma quimera.
domingo, outubro 30, 2011
Hoje sou uma ilha
Hoje eu sou uma ilha
Deserta com poucas arestas
Uma trilha de areia movediça
Hoje eu sou uma ilha
Porto de alguns naufrágios
Palmeira abalada pela brisa
Hoje eu sou uma ilha
Um palpite sem bússola
Uma estação partida
Hoje eu sou uma ilha.
Deserta com poucas arestas
Uma trilha de areia movediça
Hoje eu sou uma ilha
Porto de alguns naufrágios
Palmeira abalada pela brisa
Hoje eu sou uma ilha
Um palpite sem bússola
Uma estação partida
Hoje eu sou uma ilha.
segunda-feira, setembro 26, 2011
Acabou o silêncio
O silêncio que flutua
Em suas neblinas
Está trancado
Dentro do calabouço
De suas rimas
Fecha o cerco
Feito o vazio
Dessa ausência indizível
Intocada pelos anos
Que você fingiu não ver
É hora de abraçar o grito
De livrar se desse vício
Que é não se ter
Por inteiro
Partido ao meio
Por dentro
Merecer por direito
O que é o ser
O dia seguinte
É apenas uma esquina
O fim da linha
Uma quina no peito
Que não tem mais atalhos
Somente buracos
E fachadas
De cortinas fechadas
A serem abertas
Ao amanhecer
Cheiro de ruído
Barulho de vidro
Orvalho ressequido
E traçado esquecido.
Em suas neblinas
Está trancado
Dentro do calabouço
De suas rimas
Fecha o cerco
Feito o vazio
Dessa ausência indizível
Intocada pelos anos
Que você fingiu não ver
É hora de abraçar o grito
De livrar se desse vício
Que é não se ter
Por inteiro
Partido ao meio
Por dentro
Merecer por direito
O que é o ser
O dia seguinte
É apenas uma esquina
O fim da linha
Uma quina no peito
Que não tem mais atalhos
Somente buracos
E fachadas
De cortinas fechadas
A serem abertas
Ao amanhecer
Cheiro de ruído
Barulho de vidro
Orvalho ressequido
E traçado esquecido.
sábado, setembro 17, 2011
Motim
Soldados de tiros flamejantes no céu
Foguetes gigantes
Desmontados em pedaços de fel
Alguém que quebre o asfalto alto
De repórter a fazer perícia
Na ladeira sem calçada em subida
Curvada cheia de tábuas
Para fechar o portão
“São armas ou bandidos?” Eu penso.
A farda negra nega
Em dominó aguardam na passarela
Acima da linha do trem
Em cima do meu ponto esburacado
Sem ônibus passando
Alguns nem se abalam
Com a rotina de estampidos.
Foguetes gigantes
Desmontados em pedaços de fel
Alguém que quebre o asfalto alto
De repórter a fazer perícia
Na ladeira sem calçada em subida
Curvada cheia de tábuas
Para fechar o portão
“São armas ou bandidos?” Eu penso.
A farda negra nega
Em dominó aguardam na passarela
Acima da linha do trem
Em cima do meu ponto esburacado
Sem ônibus passando
Alguns nem se abalam
Com a rotina de estampidos.
Maré
Hoje o tempo tem cheiro de mar
O Sol balança em ondas de folhas
Pequenas, pelo barulho que me acorda
São marolas claras e miúdas em águas abertas
Pode ser que quebrem com a força
Do vento forte que me levantar
Mas de um tempo nublado
De um mar revoltado
Farei de mil espumas o meu lar.
O Sol balança em ondas de folhas
Pequenas, pelo barulho que me acorda
São marolas claras e miúdas em águas abertas
Pode ser que quebrem com a força
Do vento forte que me levantar
Mas de um tempo nublado
De um mar revoltado
Farei de mil espumas o meu lar.
quinta-feira, setembro 01, 2011
Trapo
Torce mais que sai mais água
Essa roupa nova já virou pano de chão
Contaminou a pele em couro gasto
Carne crua em putrefação
Torce mais que sai mais água
A tinta já desbotou em aquarela
A palidez gotejou alvejante
Rasgou a esquerda da lapela
Torce mais que sai mais água
Muito esforço, pouca energia
A costura cedeu com a força
Rompeu a alma na bainha
Torce mais que sai mais água
São formas para alagar as mãos
É para secar o leite derramado
Limpar o charco do chão
Essa roupa nova já virou pano de chão
Contaminou a pele em couro gasto
Carne crua em putrefação
Torce mais que sai mais água
A tinta já desbotou em aquarela
A palidez gotejou alvejante
Rasgou a esquerda da lapela
Torce mais que sai mais água
Muito esforço, pouca energia
A costura cedeu com a força
Rompeu a alma na bainha
Torce mais que sai mais água
São formas para alagar as mãos
É para secar o leite derramado
Limpar o charco do chão
domingo, agosto 28, 2011
Choro do Morro
Chove no morro agora
Mas a chuva me guarda
É hora de lavar a alma
E alma não se lava
de fora para dentro
Então que me evapore
Essa tempestade que sou
Só é nota inimiga do Sol
Quem me tem Dó
Que fique por Lá
Que Ré eu não dou por Mi
Si Jamais
Você é a prova de amor
Dessa canção de gaiola aberta
Um pássaro livre verde esperança
Que me abre as asas de absolvição
Mas a chuva me guarda
É hora de lavar a alma
E alma não se lava
de fora para dentro
Então que me evapore
Essa tempestade que sou
Só é nota inimiga do Sol
Quem me tem Dó
Que fique por Lá
Que Ré eu não dou por Mi
Si Jamais
Você é a prova de amor
Dessa canção de gaiola aberta
Um pássaro livre verde esperança
Que me abre as asas de absolvição
quarta-feira, agosto 24, 2011
Ocre
Eu sou um pôr do sol
A lacuna da noite
Espelhada em mares profundos
Meu brilho é de cor prata
Corta como uma faca
de dois gumes
Me corto pelo horizonte
Que limita a vida
E imita a linha
Que me enterra
No calor de um pôr do sol.
A lacuna da noite
Espelhada em mares profundos
Meu brilho é de cor prata
Corta como uma faca
de dois gumes
Me corto pelo horizonte
Que limita a vida
E imita a linha
Que me enterra
No calor de um pôr do sol.
quinta-feira, agosto 11, 2011
Andorinhas
Uma nuvem perdida no céu,
Um desenho que eu fiz
É um sonho que evapora
Ou um presságio de tempo ruim?
Andorinhas rumam ao Norte
Aqui no Sul já faz frio
Levam uma a outra
A um novo desafio
Se chover amanhã
Neblina nos meus pensamentos
Por você, meu Sol,
Meus moinhos de vento
Leve-me com seu bando
Que os dias quentes vivem em mim
Carrego o seu calor em meu peito
Desde todo esse ínterim
Quando vem a Lua cheia
Abraço estrelas do nosso infinito
Um dia bonito
feito pra mim e pra você
Uma nuvem perdida
em seu toque de recolher
Um desenho que eu fiz
É um sonho que evapora
Ou um presságio de tempo ruim?
Andorinhas rumam ao Norte
Aqui no Sul já faz frio
Levam uma a outra
A um novo desafio
Se chover amanhã
Neblina nos meus pensamentos
Por você, meu Sol,
Meus moinhos de vento
Leve-me com seu bando
Que os dias quentes vivem em mim
Carrego o seu calor em meu peito
Desde todo esse ínterim
Quando vem a Lua cheia
Abraço estrelas do nosso infinito
Um dia bonito
feito pra mim e pra você
Uma nuvem perdida
em seu toque de recolher
quarta-feira, julho 27, 2011
Opção
Sangro no vinho que derramo garganta abaixo
Afogando gritos que tenho que calar
Furam -me os espinhos de culpas e desculpas
Sinto muito sem querer ser mártir nem algoz
Mas as cartas que tirei foram de infortuna
Nesse carteado jogado sem cartomante pra ler minha sorte.
Afogando gritos que tenho que calar
Furam -me os espinhos de culpas e desculpas
Sinto muito sem querer ser mártir nem algoz
Mas as cartas que tirei foram de infortuna
Nesse carteado jogado sem cartomante pra ler minha sorte.
quarta-feira, julho 20, 2011
Drama
Somos máscaras teatrais
Nesse drama sem palco
Somos estrelas anônimas
Sob o holofote da moralidade
Se somos protagonistas
E donos de nossas falas,
Nosso público nos quer
Dirigir roteiros clichês
Não queremos aplausos
Nem as duras críticas
Atuamos pela paixão
De nosso enredo apenas
É a química do ato
Que se encaixa em nossas bocas
Em nossos sorrisos e
Dessorrisos da realidade
Nos lemos sem falas decoradas
E nos perdemos em nosso próprio tempo
Pois cada apresentação
É exclusividade da nossa ação
Nesse drama sem palco
Somos estrelas anônimas
Sob o holofote da moralidade
Se somos protagonistas
E donos de nossas falas,
Nosso público nos quer
Dirigir roteiros clichês
Não queremos aplausos
Nem as duras críticas
Atuamos pela paixão
De nosso enredo apenas
É a química do ato
Que se encaixa em nossas bocas
Em nossos sorrisos e
Dessorrisos da realidade
Nos lemos sem falas decoradas
E nos perdemos em nosso próprio tempo
Pois cada apresentação
É exclusividade da nossa ação
quarta-feira, junho 01, 2011
Amar
Sou infinito dentro da minha mortalidade
Sou verbo líquido e psicopata
Livre de ritos, sou o mito que te mata
De amor
Sou dono do tempo
Pessoas acorrento
Em canto agourento
E afogo no fundo do mar
Meu peso ancora no teu peito
Dizem-me perfeito
Mas só me têm a maltratar
Sou precoce e selvagem
Domar-me é sabotagem
Meu direito exclusivo é a transitividade
Sou ar para todos que respiram
O mesmo de todos
O mesmo para todos
Aprisionar-me, todos querem
A garantir uma falsa sobrevivência
Sou marido da carência
E amante da demência.
Sou verbo líquido e psicopata
Livre de ritos, sou o mito que te mata
De amor
Sou dono do tempo
Pessoas acorrento
Em canto agourento
E afogo no fundo do mar
Meu peso ancora no teu peito
Dizem-me perfeito
Mas só me têm a maltratar
Sou precoce e selvagem
Domar-me é sabotagem
Meu direito exclusivo é a transitividade
Sou ar para todos que respiram
O mesmo de todos
O mesmo para todos
Aprisionar-me, todos querem
A garantir uma falsa sobrevivência
Sou marido da carência
E amante da demência.
segunda-feira, maio 16, 2011
Ludo
Não consigo te escrever na minha mordida
Pelo rabo da cobra, na sabedoria
Meus medos se encostam nas suas portas
Emboladas nas minhas deixas,
Minhas madeixas,
Enroladas nas suas
São jogos perigosos de rua
Sua! O soar nunca!
É pra suar na pele esse veneno
Esse desejo tenro e pleno
Pois dura só a rotina
Nossa guilhotina de posse
Minha dose de pose
Sem resposta pra você.
Pelo rabo da cobra, na sabedoria
Meus medos se encostam nas suas portas
Emboladas nas minhas deixas,
Minhas madeixas,
Enroladas nas suas
São jogos perigosos de rua
Sua! O soar nunca!
É pra suar na pele esse veneno
Esse desejo tenro e pleno
Pois dura só a rotina
Nossa guilhotina de posse
Minha dose de pose
Sem resposta pra você.
segunda-feira, abril 25, 2011
Canto de Sereno
Ah, serenidade!
Será de serenata
a cereja do bolo?
Só sente o sereno,
o seresteiro só.
Pelas noites sertanejas,
Tudo que lhe resta é a dó.
Piedade! Implora o pescador.
Vem a sereia solitária
Fingindo seu amor
Canta seus delírios d’água
Evaporando sua dor.
Será de serenata
a cereja do bolo?
Só sente o sereno,
o seresteiro só.
Pelas noites sertanejas,
Tudo que lhe resta é a dó.
Piedade! Implora o pescador.
Vem a sereia solitária
Fingindo seu amor
Canta seus delírios d’água
Evaporando sua dor.
Assinar:
Postagens (Atom)