quarta-feira, agosto 06, 2008

Hífen

Entre sem bater
Pela mesma porta
Por onde o outro se porta
E ele não se importa
Pela mesma porta que se entreabre
E não deixa que nada sobre.
Na mesma do sujeito
Que se perde de sua vaidade
Ao ser visto sem se ver,
Vitimando a protelada intimidade.
Nela, por que muito se adentra
E o pouco do pouco se esvai,
Que guarda estimados arcanos
E somente de seus agrados.
Dentro se comprime ao absurdo
Da surdez daquele engano
De quantas colheres em uma apenas
A adoçar sem amargar o melado.
O análogo confina o livre-arbítrio
Do mesmo anônimo que a porta tranca
Da incerteza de suas interjeições
Das quais sílabas se separam.

Um comentário:

Lucas disse...

Lindo! *.*

Digno de um grande poeta.

Até Alí;