segunda-feira, junho 15, 2009

Raia

As nuvens bóiam em cor de aposta
Do arco
da lona
do circo
Na mão do palhaço
na cidade
Perdida e estufada em tamanho fascínio
Pela caridade do desmanchar do dia
Num estalo ardente afável
Inflamável
à claridade da alegoria
De afogadas estrelas famintas
Que vão de apelo ao ralo
levando sua tinta
Navegam apenas
as pinceladas com aspereza
de estados raros
Que depois do primeiro raio
Alucinadas
permanecem ilesas
Planetas
aquecidos no esquecimento
Obstante
do exorbitante aglutinador
De orbitas distantes
de sua rotina
Viajantes
da Via Láctea
órfãos de lactante
Pela qual cruza arte ferina
Diferir o frio febril
E o feitiço do feltro negro
Com brilho do fio fino de cabelo
Que nasce
no meio da cabeça
Que a mãe natureza
pariu
E segue firme
e segura até o fim
de cada horizonte
De leste a oeste
Todos os que não têm vestes
Para mergulhar na tristeza
as amarguras
Sutis de uma nuvem negra
Que faz cantiga na hora de dormir
antes do fim da tarde se perder
É difícil, edifício!

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