Me bate
Me maltrata
Me enlouquece
Antes que a loucura...
Me esquece!
Me diz que não importa
O que eu disse antes
Que as promessas
Não são mais dívidas
Diante do vazio que é o não ser
Sou eu ou você, amor
Nós com você
Eu sem nós
Nós a sós
Ou apenas lençóis.
terça-feira, dezembro 14, 2010
quarta-feira, novembro 03, 2010
Você em Mim
Falo de nós sem palavras
Por carícias e amarras viciadas
Laçadas pela contemplação
Que decifras sem senhas decoradas
Não falo de saber de cor
De coração
Cordialmente falando
São senhas sem adereços
Convites que deslembro oferecer
Através de endereços confusos
Para os meus caminhos labirínticos
Que são todos seus
Quando nos olhamos apenas
Pelos portais dos nossos olhos
Unindo-nos num sentido magnético
Falo de nós sem palavras.
Por carícias e amarras viciadas
Laçadas pela contemplação
Que decifras sem senhas decoradas
Não falo de saber de cor
De coração
Cordialmente falando
São senhas sem adereços
Convites que deslembro oferecer
Através de endereços confusos
Para os meus caminhos labirínticos
Que são todos seus
Quando nos olhamos apenas
Pelos portais dos nossos olhos
Unindo-nos num sentido magnético
Falo de nós sem palavras.
segunda-feira, outubro 25, 2010
Formigas
Faltam os flagelos!
Não tem mais perna
Que queria dar passos
Descalços para cacos do vidro
Indeciso mas afiado
Desafinado desatino
Da dança proposta e perdida
Pelo ritmo do cotidiano.
Força no cabo de guerra
Faz-me falta no motivo
Da corda só espero a forca
No pescoço a ser movido.
Que venham me carregar!
As formigas famintas
Façam-me doce lar
Esparramado, virando amargo
Precoce e talhado.
Não tem mais perna
Que queria dar passos
Descalços para cacos do vidro
Indeciso mas afiado
Desafinado desatino
Da dança proposta e perdida
Pelo ritmo do cotidiano.
Força no cabo de guerra
Faz-me falta no motivo
Da corda só espero a forca
No pescoço a ser movido.
Que venham me carregar!
As formigas famintas
Façam-me doce lar
Esparramado, virando amargo
Precoce e talhado.
domingo, outubro 17, 2010
Esmola
Culpa como pode ser
O poder a ser querido
Não de bem-querer
Mas de presente merecido
Mimada criança em manha
Por que diabos inventou-se a trama
Do verbo da suposta necessidade
O próprio, como forma de caridade
Ser unidade dividida
Não alimenta qualquer composição
Se espera estar em minhas escritas
O romance fica na contramão
O poder a ser querido
Não de bem-querer
Mas de presente merecido
Mimada criança em manha
Por que diabos inventou-se a trama
Do verbo da suposta necessidade
O próprio, como forma de caridade
Ser unidade dividida
Não alimenta qualquer composição
Se espera estar em minhas escritas
O romance fica na contramão
sexta-feira, outubro 08, 2010
gênero
Somos cobaias da evolução
Sobreviventes desnudos
No breu do que pouco se sabe
Somos filhos da ciência
De laboratórios para sanatórios
Encubados e jogados
Pelos remendos do lar
Não temos remédio
Antibióticos e antiinflamatórios
Alimentam essa espera
Pelo tempo passar
Vivamos um século
Cheio de analgésicos
Para uma história de faz de conta
Sejamos nós a contar
Sobreviventes desnudos
No breu do que pouco se sabe
Somos filhos da ciência
De laboratórios para sanatórios
Encubados e jogados
Pelos remendos do lar
Não temos remédio
Antibióticos e antiinflamatórios
Alimentam essa espera
Pelo tempo passar
Vivamos um século
Cheio de analgésicos
Para uma história de faz de conta
Sejamos nós a contar
segunda-feira, setembro 20, 2010
Preto II
Como se mia
Como se mira
O subir de uma árvore
A mais alta que podia
Fechados os olhos e acabou-se
Acabou-me
Do verde quase amarelo
Já não recordo sua tessitura
Só das marcas que foram garras
Recuadas pelo carinho
São olhares rasgados
E fendas nesse ninho.
Como se mira
O subir de uma árvore
A mais alta que podia
Fechados os olhos e acabou-se
Acabou-me
Do verde quase amarelo
Já não recordo sua tessitura
Só das marcas que foram garras
Recuadas pelo carinho
São olhares rasgados
E fendas nesse ninho.
segunda-feira, agosto 30, 2010
Bicho Selvagem
Sem esperar meu aviso
Este caminho quer me trilhar
Ser dono dos meus passos
Gastar meus calçados
Me aguardando tropeçar
Mas só quem pisa aqui é meu pé
Que consome a terra seca
E chuta as pedras que ficam
Sem abrigo perdidas em ré
Descalça sou amiga do vento
Que me voa pra longe
Das raízes do tempo
Por um momento
Me planto em selvas
Jardins e reservas
Sou filha da mata
Numa cadeia antropofágica
Querendo me alimentar
Este caminho quer me trilhar
Ser dono dos meus passos
Gastar meus calçados
Me aguardando tropeçar
Mas só quem pisa aqui é meu pé
Que consome a terra seca
E chuta as pedras que ficam
Sem abrigo perdidas em ré
Descalça sou amiga do vento
Que me voa pra longe
Das raízes do tempo
Por um momento
Me planto em selvas
Jardins e reservas
Sou filha da mata
Numa cadeia antropofágica
Querendo me alimentar
terça-feira, julho 27, 2010
Uma dor de parida
Por onde brota a luz
Derretem em refração
As cores do meu brilho
Não me mordo na acomodação
Apenas me desfaço na suavidade
Pois maciez não é só virtude de tato
Fato como réptil tem seu couro
Nuvem no meu Sol é mau agouro
É teima e meu maltrato
Teia em trama mal tecida
Essa é a vida
Uma tatuagem mal feita
Uma dor de partida
Derretem em refração
As cores do meu brilho
Não me mordo na acomodação
Apenas me desfaço na suavidade
Pois maciez não é só virtude de tato
Fato como réptil tem seu couro
Nuvem no meu Sol é mau agouro
É teima e meu maltrato
Teia em trama mal tecida
Essa é a vida
Uma tatuagem mal feita
Uma dor de partida
terça-feira, julho 20, 2010
Dança dos Ventos
Chocalham-se verdes folhas douradas
Ao vento frio de solo aguado
E silêncio azul cerúleo de um dia luminoso
Irrompido por pássaros assanhados
Parece que o Inverno é só dessa gaiola
Acinzentando as cores que criei
Agora tão estáticas quanto o tempo
Belo e adormecido na cerração
Para despertar não basta abrir os olhos
Entre o olhar e ver existe uma ponte
Ou um abismo de concepção
É passo de uma dança que não se conhece
A hora é das sombras perpendiculares
Ao encanto do horizonte intátil
Uma saia rodada de muros que me abraçam
E me arrebatam o Sol
Ao vento frio de solo aguado
E silêncio azul cerúleo de um dia luminoso
Irrompido por pássaros assanhados
Parece que o Inverno é só dessa gaiola
Acinzentando as cores que criei
Agora tão estáticas quanto o tempo
Belo e adormecido na cerração
Para despertar não basta abrir os olhos
Entre o olhar e ver existe uma ponte
Ou um abismo de concepção
É passo de uma dança que não se conhece
A hora é das sombras perpendiculares
Ao encanto do horizonte intátil
Uma saia rodada de muros que me abraçam
E me arrebatam o Sol
quarta-feira, julho 14, 2010
Juros
Pontilha em transparente
Cores de cristal numa reta
Concreta abstrata como a contemplação
Do abismo a ser objeto do tempo
Presente antigo nos desfeitos
Que vão se extinguindo
Com o fogo quem vem lambendo
E a água que vem lavando
Se lavando e se lambendo
Como crias cada vez mais limpas
Borrados, porém, em mesclas
Embaralhadas pelo vermelho
Que explode nas últimas veias
Tatuadas de pra sempre
Para que não se esqueça a promessa
Que agora parece mais dívida
Juros!
Cores de cristal numa reta
Concreta abstrata como a contemplação
Do abismo a ser objeto do tempo
Presente antigo nos desfeitos
Que vão se extinguindo
Com o fogo quem vem lambendo
E a água que vem lavando
Se lavando e se lambendo
Como crias cada vez mais limpas
Borrados, porém, em mesclas
Embaralhadas pelo vermelho
Que explode nas últimas veias
Tatuadas de pra sempre
Para que não se esqueça a promessa
Que agora parece mais dívida
Juros!
domingo, julho 04, 2010
elo
Você venceu
Mais pela candura de agora
Do que por palavras de censura
Por onde anda o rigor
Só pode areia movediça
Laços amarram-se firmes
Em monossílabas só
Só de soma
Só de somos
Mais pela candura de agora
Do que por palavras de censura
Por onde anda o rigor
Só pode areia movediça
Laços amarram-se firmes
Em monossílabas só
Só de soma
Só de somos
segunda-feira, junho 21, 2010
So(m)bra
Quando você está no escuro,
Você faz parte dele.
Quando você vai para o escuro,
Ele faz parte de você.
Você faz parte dele.
Quando você vai para o escuro,
Ele faz parte de você.
quarta-feira, maio 12, 2010
Colo
Crianças mudas e imundas
Descalças no descaso
No lixo dos adultos
Dos seus pais imaturos
Que nem tiveram tempo de brincar
São filhos do mundo
Vítimas do absurdo
Que se fazem ao sonhar
Um olhar de baixo
Para os que olham por cima
Dos ombros que deram
Ao costume vestido
Pelas ombreiras do paletó
Mata esse frio!
A ilusão está dentro de um bolso furado
E a alegria num pão amassado pelo diabo.
Descalças no descaso
No lixo dos adultos
Dos seus pais imaturos
Que nem tiveram tempo de brincar
São filhos do mundo
Vítimas do absurdo
Que se fazem ao sonhar
Um olhar de baixo
Para os que olham por cima
Dos ombros que deram
Ao costume vestido
Pelas ombreiras do paletó
Mata esse frio!
A ilusão está dentro de um bolso furado
E a alegria num pão amassado pelo diabo.
sexta-feira, abril 23, 2010
Valhalla, I am coming"
Amanhecerá
O que a religião é hoje
Mitologia
Amanhã será
Não me queimem por isso.
O que a religião é hoje
Mitologia
Amanhã será
Não me queimem por isso.
quinta-feira, abril 08, 2010
Venoso
Eu me recuso
Eu me recluso
Mas não te escuso
Do mau uso
Do abraço de urso
E do corte no pulso
Pior se for melhorar
Melhor se for piorar
Quão profundo que me sangras
É o talho que quero lhe dar
Que bebas do meu veneno
Do olhar que me vem a vingar
Controla agora a dor que aflora
Enquanto a salivar te condeno
Pois se é dor que sentes
Culpada ou não, julgar não me podes
Anda que o grito é latente
É o quente do sangue a ebulir
Que transborda nas veias
E derrama meu amar
Eu me recluso
Mas não te escuso
Do mau uso
Do abraço de urso
E do corte no pulso
Pior se for melhorar
Melhor se for piorar
Quão profundo que me sangras
É o talho que quero lhe dar
Que bebas do meu veneno
Do olhar que me vem a vingar
Controla agora a dor que aflora
Enquanto a salivar te condeno
Pois se é dor que sentes
Culpada ou não, julgar não me podes
Anda que o grito é latente
É o quente do sangue a ebulir
Que transborda nas veias
E derrama meu amar
quarta-feira, março 17, 2010
Esperanças que gritam aos surdos
Bota fogo nesse gole
Que a garganta ardeu
Quero que esse grito
Seja mais do que eu
E surdos, cegos e mudos
Esqueçam que foi meu
Um beijo estala
Ou um romance acaba
Nos inimigos imaginários
De cada conto que te fadas
De paixões inabaláveis do ego
Da pele e do cheiro
Que na verdade nada
Quando vem a vontade
Quando vem o não quero
Engole o seco do outro salivar
Que a sede que se tem
Nem todos podem matar
Que a garganta ardeu
Quero que esse grito
Seja mais do que eu
E surdos, cegos e mudos
Esqueçam que foi meu
Um beijo estala
Ou um romance acaba
Nos inimigos imaginários
De cada conto que te fadas
De paixões inabaláveis do ego
Da pele e do cheiro
Que na verdade nada
Quando vem a vontade
Quando vem o não quero
Engole o seco do outro salivar
Que a sede que se tem
Nem todos podem matar
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Marcha Dura
O grito arma a chuva
E aponta na tua cara
Humor de sepultura
Ruma o corpo trancado
Numa fiel armadura
Amargura
De metal frio
Sem qualquer candura
Bandeira branca a essa luta
Já tenho o brilho da lua
E aponta na tua cara
Humor de sepultura
Ruma o corpo trancado
Numa fiel armadura
Amargura
De metal frio
Sem qualquer candura
Bandeira branca a essa luta
Já tenho o brilho da lua
terça-feira, fevereiro 23, 2010
Inocência
À espreita está sujeita
À sujeira do que se quer encontrar
Mas o bolso parece furado
Pois nenhum trocado
Nenhum bocado
É muito para quem está de lado
Qual a crença que mantém firme o querer
Que cada criança carrega consigo
Até antes de morrer
Só estou brincando
Ainda não parei de me esconder
À sujeira do que se quer encontrar
Mas o bolso parece furado
Pois nenhum trocado
Nenhum bocado
É muito para quem está de lado
Qual a crença que mantém firme o querer
Que cada criança carrega consigo
Até antes de morrer
Só estou brincando
Ainda não parei de me esconder
terça-feira, fevereiro 09, 2010
Onde você guarda o pó do seu tapete
Esse é o silêncio que incomoda
Que se acomoda num calo do dedo
No medo deserto que se afoga
Nas altas horas do sossego
Calma, é só o ruído de agora
Aqui fora só asas de morcegos
Cegos entregues ao que apavora
Cismas de gente em desespero
Que se acomoda num calo do dedo
No medo deserto que se afoga
Nas altas horas do sossego
Calma, é só o ruído de agora
Aqui fora só asas de morcegos
Cegos entregues ao que apavora
Cismas de gente em desespero
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
Goteira
Só água apaga o fogo
Que arde na sede
Pelo sabor de que se sabe
Existência
É água que não cabe no copo
É água que não cabe no corpo
Só água que lava pouco
Caras lavadas e outros
Que arde na sede
Pelo sabor de que se sabe
Existência
É água que não cabe no copo
É água que não cabe no corpo
Só água que lava pouco
Caras lavadas e outros
sábado, janeiro 23, 2010
Natureza Urbanizada
A gente cava mais fundo
E perde as garras dos dedos
Por medo do fim do túnel
Ficamos pelo meio
Sem luz não se vê aonde
Só se pode colocar o pé no freio
Afinal, o quê podemos atropelar dessa vez
Se somos nós que estamos no meio?
Não podemos nos atravessar
A rua é por demais estreita
Sem freios podemos nos esbarrar
E se houver tempestades, até escorregar
Fiquemos do outro lado da calçada
Opostos a que nos passa
Partidos ao meio
Até que se possa atravessar
Somos moucos pelo barulho dos outros
Não ouvimos avisos, não vemos perigos
Fingimos abrigo à beira do abismo
Que nos grita frouxo “venha me atravessar de novo”
Quem tira o pé do freio corre riscos
De se partir ao meio
No meio dessa rua que atravessa o peito
E deixa os riscos das garras dos dedos.
E perde as garras dos dedos
Por medo do fim do túnel
Ficamos pelo meio
Sem luz não se vê aonde
Só se pode colocar o pé no freio
Afinal, o quê podemos atropelar dessa vez
Se somos nós que estamos no meio?
Não podemos nos atravessar
A rua é por demais estreita
Sem freios podemos nos esbarrar
E se houver tempestades, até escorregar
Fiquemos do outro lado da calçada
Opostos a que nos passa
Partidos ao meio
Até que se possa atravessar
Somos moucos pelo barulho dos outros
Não ouvimos avisos, não vemos perigos
Fingimos abrigo à beira do abismo
Que nos grita frouxo “venha me atravessar de novo”
Quem tira o pé do freio corre riscos
De se partir ao meio
No meio dessa rua que atravessa o peito
E deixa os riscos das garras dos dedos.
sexta-feira, janeiro 15, 2010
o criador
O homem cria a dor
Do homem criador
Do Criador do homem
Cria a dor do homem criador
Por sua fé no Criador
Pois não queria a dor de seu Criador
O homem criador do Criador
Cria dor a outros homem
Com a fé que é só do Criador
O Criador não cria a dor dos homens
Nem do homem criador do Criador
Então cria sua dor o homem criador
Cria a dor como sua criatura
Tão divina quanto seu Criador
Criador é o homem quando é um criador
O homem criativo é uma criação malcriada
Criado criador que cria sua própria dor
Criança que cria dor e culpa o Criador
Do homem criador
Do Criador do homem
Cria a dor do homem criador
Por sua fé no Criador
Pois não queria a dor de seu Criador
O homem criador do Criador
Cria dor a outros homem
Com a fé que é só do Criador
O Criador não cria a dor dos homens
Nem do homem criador do Criador
Então cria sua dor o homem criador
Cria a dor como sua criatura
Tão divina quanto seu Criador
Criador é o homem quando é um criador
O homem criativo é uma criação malcriada
Criado criador que cria sua própria dor
Criança que cria dor e culpa o Criador
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